Saudade que espera

Saudade tanta que dói no corpo

Ver meu tempo passando

Sem poder tocar o que amo

Saudade imensa

Que os olhos e a boca e a pele

Ardem de tanta espera

Saudade profunda

Afogada no medo e na dúvida

De um mar que não a sufoca

Saudade tanta, de fazer gritar

Porque na fala pouca

Na escrita impotente

E no desejo contínuo

Já não cabe mais

Saudade profana

Fica-se aqui nessa memória

Revivida e enlouquecida

Procurando-se espaços de amor

Saudade latente

A gente vai ficando na revisitação da memória

Submersos numa vida pretérita

Enquanto o futuro não chega

Enquanto a saudade não se dispersa

A gente se aquieta

A gente se inquieta

A gente se espera, silenciosamente

Na inquietude da esperança

Brandim
Enviado por Brandim em 21/07/2020
Código do texto: T7012851
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