RUAS DE MINHA INFÂNCIA
Caminho nas ruas solitárias e frias
Percorro noite adentro
As calçadas nuas dos antigos casarões...
Passo após passo
Ninguém à vista,
Caminho sozinho
Somente a minha sombra acompanha-me.
Ó ruas de minha infância!
Tu me viste crescer
Agora és tão sozinha
Muda e quieta...
Percorro como uma sombra
As tuas calçadas.
Tenho ainda a lembrança viva
De quando eras bela e eu, criança
Eras o meu mundo!
Como eu era pequeno
E o mundo tão grande!
Hoje já não penso mais assim
Mudei, cresci como crescem
Todas as crianças.
A minha rua, aquela criança,
Tudo mudou... Que pena!
O tempo passa tão depressa.
O meu bairro, a minha rua
Ficou tão feia, longe, distante...
Que pena, meus dias passaram!
10/06/1996