Luz amarela
Saudade palavra horror
fibras de imagens pálidas
recortes de escombro pátio
esquecido na esquina do crepúsculo
permanência da tristeza dos parquinhos vagabundos
dos circos pobres de interior
do adeus lusco fusco das rodoviárias sórdidas
vômitos tortos nas calçadas
mapas esbaforidos senhas sob a luz da lua
doente
traduzo na mensagem do sono atrás da fresta
do tempo
seu rosto amarelecido
sua scarface
escarro na face
atravesso a rua saindo do quarto assustado
sítio que as raízes atrofiam
e somo ao seu lugar que já não há.
Luz amarela que a noite regurgita.