Despedida

Se eu morresse toda vez que eu dissesse adeus,

Eu seria um guri brincando com a pandorga na rua sem asfalto,

Seria uma criança de pés descalços, brincando de esconde-esconde,

Sem nunca ser encontrado.

Seria mais um jovem esperando o bonde,

Com um relógio de bolso do século passado.

Se me chamassem e já fosse hora,

Eu nem tomaria café,

Eu iria o mais rápido possível,

Só para sentir que sou jovem o bastante,

Para estufar o peito de lata

E pensar que eu ainda sou aquele guri brincando com a pandorga na rua sem asfalto,

Eu sou essa cidade iluminada e modernizada, tu não vês?

Eu só perdi a direção dos trilhos do meu destino.