Sob a sombra do tempo

Sob a sombra do tempo

Se encilha o apego de perder entre as mãos

Segundos que eram eternos e agora são vãos

Silêncios perdidos no passado gritante

E o futuro silente que se expõe à frente

- Não era para ser assim!

Exclama o peito num ardor

Que mistura-se com a dor e a agonia

Pois já tão tarde fez partida

E dormente viu o tempo

Aos poucos anos que me restam da solidão

Desta vida até hoje em vão

Joguei fora o tempo como bebida

Matando a sede egoísta da própria vida

E perdendo o toque suave das tuas mãos

Por mais distante que pareça

Uma estrada esguia e sem destino

Mirante roto de imaginação

Onde coloca o querer em desalinho

Sem o poder de esquecer-se sozinho

Outra vez vejo o livro se abrir

E outra história se repetir

Do mesmo escritor de memórias

Fazendo que o passado se eternize em glorias

Pois é para isso que o poeta existe

Nepomuceno Alves

Uruguaiana, 23 de outubro de 2019

Nepomuceno Neto
Enviado por Nepomuceno Neto em 23/10/2019
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