Idas Primaveras
Em Maio te foste por entre as moitas
E sequer no mês de Maio voltaste
Nem na manhã, nem no sol posto
Não voltaste em Maio e nem em Agosto
Não voltarias nunca, como disseste
E assim de tempo em tempo espero
Como no Inverno, se aguarda o Sol
No tempo certo, que te sei incerto
Como o botão que aflora a Primavera
Em Maio te foste e me prometeste
Mês de Maio, que te sei mais quente
Não mais voltar, neste mato agreste
Quisera ser Maio para ir contigo
Ou a Primavera, pra te ver florir
Ou mato agreste pra te ver correr
E voltar contigo em pleno Agosto
Sós, na manhã, não no sol-posto
Antonio Noronha 14