Eponina imagem da Musa


Eponina valsa de Ernesto Nazareth

Revendo da vida, linhas,já vividas,
Onde páginas brancas,vazio tempo,
Sobre o piano velha pauta,o lamento...
Rubra rosa murcha,fora da jarra antiga.

Ainda ecoa Eponina suave e mansa.
Da negra tecla,semi tona,semi morta...
Pétala alada caindo em sinuosa dança.
Pela brisa levada através da velha porta.

Não sei,pois,o que me aflige,agora!
Mas,da saudade, um tempo perdido...
Ah!Que o amor parecia esquecido!
Eis a razão por que minh’alma chora!

Amarela foto tão bela, branco lírio,
Olhos de chuva,fitavam distantes,
Quisera viver de novo,um instante...
Dizer à quem,assim, amava tanto!

Que não passara de ilusão, quimera...
Perdera,da musa,a gentil imagem,
Esqueci de mim,o que fui,enfim,pudera...
Insano delírio,ou torturante miragem?

Da negra tecla Eponina semi morta,
Antiga foto,branco lírio,daquela...
D’olhos de chuva,musa tão bela...
No passado, atrás da fechada porta.