POEIRA

Enquanto veloz eu corro

Na poeirenta estrada

Meu olhar percorre centrado

Paisagem bela e conhecida

Muito me encantava

Agora olho o vazio

O nada...

E agora

Toda bela miragem

É como camuflagem

Não tem sentido

Não me encanta

Hoje Não!

Só a poeira me seduz

Acortina o rosto

A tristeza da face

Esconde dos olhos a luz

Pra que a sombra entrasse

Bendita poeira

Que mistura o pranto

Que esconde o encanto

Que de fora vem.

A lágrima insistente

Que o pó sagaz

Já não quer secar

Chama-me, me leva.

Enrola-me contigo

Deixo-me enlevar

Rapta-me, hipnotiza.

Minha sorte ameniza

Consome comigo no ar.

FATIMA KALIL
Enviado por FATIMA KALIL em 27/03/2019
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