POEIRA
Enquanto veloz eu corro
Na poeirenta estrada
Meu olhar percorre centrado
Paisagem bela e conhecida
Muito me encantava
Agora olho o vazio
O nada...
E agora
Toda bela miragem
É como camuflagem
Não tem sentido
Não me encanta
Hoje Não!
Só a poeira me seduz
Acortina o rosto
A tristeza da face
Esconde dos olhos a luz
Pra que a sombra entrasse
Bendita poeira
Que mistura o pranto
Que esconde o encanto
Que de fora vem.
A lágrima insistente
Que o pó sagaz
Já não quer secar
Chama-me, me leva.
Enrola-me contigo
Deixo-me enlevar
Rapta-me, hipnotiza.
Minha sorte ameniza
Consome comigo no ar.