Maria

Ah Maria!

Ri o mar quando te vê.

A maré que ia, larga em teus cabelos doce maresia.

Em teu corpo grudaria tanto quanto poderia.

Teu gosto apimentaria este meu paladar neutralizado,

Que nem mel adoça,

Que qualquer especiaria não é capaz de temperar.

E se pudesse, dar-te-ia qualquer coisa!

Pago mil ave-marias, porque, ô, Maria! Não sou capaz de conter-me

Tamanho o sortilégio que botastes em mim

Viro-me a noite,

A noite todinha pois não falas mais à mim,

E o teu riso, a maré levou!

Maresia teu cheiro dissipou!

Quanto à mim, cobri-me com o lençol da noite fria que o mar levou.

Ursula Zamprogno
Enviado por Ursula Zamprogno em 26/03/2019
Código do texto: T6607798
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