MUITO ALÉM DA SAUDADE
E no silêncio me aquieto,
Pensando, bem longe vou.
Sobre o tapete da sala
Minha lembrança parou.
Sentados, vejo meus filhos,
Brincando quando criança,
Saudade, muita lembrança,
São tudo que me restou.
Naquele tempo festivo
Os dois meninos brincavam,
Deitados sobre o tapete,
Sorriam e se arrastavam,
Discutiam seus heróis,
Imagens de fantasias,
O bem, ao mal repelia,
Na dúvida, perguntavam.
No silêncio me desperto,
De novo, realidade.
Olho em torno desta sala,
Desperta uma saudade,
O vazio é mais visivel,
Hoje são jovens afáveis,
Carinhosos e amáveis,
Ser criança tem idade?
Quando ainda eram crianças,
Todo tempo me tomavam,
Os seus braços estendiam,
Corriam e me abraçavam,
Hoje essa falta, eu sinto,
Mas eles têm afazeres,
Cumpridores dos deveres,
As regras nos ensinavam.
É difícil adaptar-nos
A essa realidade,
O tempo passa pra todos,
Não querer, temeridade,
Nem sempre um pai entende,
Filho, em homem se tornou,
Aceitar é o que restou,
Preservar cumplicidade.
O tempo passa depressa,
Passa o filho, passa o pai,
Buscando seus horizontes,
Fica o velho, o filho vai.
Em busca do seu sucesso,
E cá, ficamos sozinhos,
Donde antes eram ninhos,
Minha lembrança se esvai.
Embora sinta saudade,
Desse tempo, que passou,
Penso que não faltará
O que a mim não faltou
Sendo assim fico feliz,
Muita paz, muito carinho,
Que um não fique sozinho,
Velando vocês estou.
Rio, 10/09/2007.
Feitosa dos Santos, A.