Capítulo Verde Oliva
Caserna
a chama da vela a noite, indo e vindo,
derretendo a graxa no coturno,
do opaco ao brilho, a mágica da meia fina.
Par de espelhos negros
O rondante sorrateiro, por vias desconhecidas,
desliza pelo silêncio
Toque de corneta, alvorada,
o bater das palmas nos armários,
a pressa fardada, lâminas rente as faces,
o vinco nas calças, o desassossego
Braços dobrados em continência,
postura e precisão
Entram em forma na memória o pecúlio,
as divisas, o rancho e a ordem unida,
se alinham rigorosamente cada nome nas tarjetas
Cobrem, minha saudade sincera
Sigo a marcha camuflada
Mão espalmada e bumbo no pé direito,
no lado esquerdo do peito os amigos,
ímpares entre safos e bisonhos, antigos e
modernos e, sob a boina azul, eternos
porque as anos passam e não desbotam
o verde oliva das coisas e pessoas
que adornaram minha história
* dedicada aos estimados amigos que ganhei na convivência militar na Base de Aviação de Taubaté-SP onde fui soldado de Comunicações entre 1996 e 2000