Capítulo Verde Oliva

Caserna

a chama da vela a noite, indo e vindo,

derretendo a graxa no coturno,

do opaco ao brilho, a mágica da meia fina.

Par de espelhos negros

O rondante sorrateiro, por vias desconhecidas,

desliza pelo silêncio

Toque de corneta, alvorada,

o bater das palmas nos armários,

a pressa fardada, lâminas rente as faces,

o vinco nas calças, o desassossego

Braços dobrados em continência,

postura e precisão

Entram em forma na memória o pecúlio,

as divisas, o rancho e a ordem unida,

se alinham rigorosamente cada nome nas tarjetas

Cobrem, minha saudade sincera

Sigo a marcha camuflada

Mão espalmada e bumbo no pé direito,

no lado esquerdo do peito os amigos,

ímpares entre safos e bisonhos, antigos e

modernos e, sob a boina azul, eternos

porque as anos passam e não desbotam

o verde oliva das coisas e pessoas

que adornaram minha história

* dedicada aos estimados amigos que ganhei na convivência militar na Base de Aviação de Taubaté-SP onde fui soldado de Comunicações entre 1996 e 2000

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 20/09/2018
Reeditado em 20/09/2018
Código do texto: T6453888
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