O VELHO JUNCO

O Velho Junco

não cabe no corpo da terra.

Não cabe

no corpo da Bahia.

Não cabe

no corpo do homem.

Medidas amorfas

que só cabem no coração.

O Junco somos nós,

o sangue que escorre

o verso que vai nascer.

A paisagem sertaneja,

Água e mato,

Caminho e silêncio,

Tempos idos nas povoações.

A alma lavada,

O cheiro do alecrim,

As estrelas,

Um céu límpido azulado.

É caminho de ida,

Sem obstáculos para o retorno

Vivência indescritível,

Liberdade bendita,

História de amor e dor.

Cantada em prosa

Vivida em verso.