A Travessia

Do pó à lama.

Nas margens do Aqueronte.

Onde blasfemei a ti, minha Dama?

D’onde está minha ponte?

O barqueiro ao longe clama

Pelas almas esquecidas no horizonte.

Quando perto - à elas reclamas:

- Embarquem imediatamente!

Reluto, mas são muitos.

Inútil sou. Sou levado.

Ao fundo da barca com outros mundos.

É impossível respirar,

Murmúrios de outras mortes,

A mim resta a morte de novo esperar.