Livramento
No boteco da esquina,
Na mesa da amargura,
Um idoso bêbado dormia,
Agarrado a uma garrafa,
Tinha um copo sujo como companhia.
Pensei em me aproximar,
E ajuda oferecer, entretanto,
O bom senso me disse não,
Pois ele queria ficar só,
Queria curtir o seu padecer.
Perguntei ao dono do boteco,
O porquê de tudo aquilo,
O idoso parecia abandonado,
Roupas velhas, sujas e maltrapilho.
O dono assim me respondeu,
Esse idoso foi um grande homem,
Foi um milionário, muito gado e dinheiro,
Na região ele foi um famoso fazendeiro.
No entanto sem esperar,
Seu coração um dia se apaixonou,
A razão ele perdeu e não sendo correspondido,
Com o vício ele se casou desde então.
E agora, isso foi o que restou,
Perdeu a família e a dignidade,
Vive abraçado à garrafa e a saudade,
Vive desejando a morte,
Para se livrar desta realidade.