Por tempos...
Passaram-se muitos meses
Pernoites das sucatas
Alegrias pisadas
Flores caídas, caladas
Mortas..desamparadas...
Por tempos mancos
Alijados..nas praças de toscos bancos..
Sentada..perdida..calada..
Não roguei pragas..
E era o que de ser..foi nem mais..
Nem nada...
Eis que era dor da ausência
De tocar tua mão fria..quedada..
E nem pedi piedade..clemência..
As cartas no rosto..silenciada...
Era mister acudir tua mãe..
E o meu ventre que gestava..
Oh..minha corujinha
Quietinha sozinha..observava..
Ave tonta..ave tortinha..
Companheira na pedrada..
Era tua a boca calada..
Aquelas maos..sagradas
Com meu corpo acostumadas..
Muito ouço a tua risada..
Teu violão..e do tudo fez-se o nada
Nossos sonhos ficaram vãos..
Eu segui meu amor..amigo e irmão..
Eu não pude partir...
Para Rodrigo Xavier Rodrigues..
"In Memoriam"
Pelo aniversário.
Dorothy Carvalho