Saudade
Saudade
Esse sentimento egoísta, independente
No seu tempo, no nosso tempo, em qualquer tempo.
Ela chega a ser arrogante.
E, em seus ímpetos de loucura, nos sufoca.
Torna-nos inquietos e tumultua os nossos pensamentos,
Alimenta a nostalgia e ri de quem tem pressa.
Oh! saudade
Essa menina caprichosa,
Que às vezes tem cara de malvada,
Que atormenta e ri em seus delírios
Como um beija-flor que explora todos os néctares,
Vai e belisca nossos corações.
Não é fiel aos mais jovens ou aos mais velhos,
Ela simplesmente se instala,
Instiga e, na sua sutileza, fere com cautela.
E, suas garras marcam nossas almas sem a menor piedade.
Pensamos, buscamos formas e fórmulas para aquietá-la,
Não acontece nada.
Neste confronto de poderes ela é soberana,
Ela é humana,
Ela é parte do ser,
Talvez ela tenha razão
E pra ela não machucar tanto
Ao invés de brigar com ela
Vou é procurar entendê-la.