SETE QUEDAS

Sete quedas, meu encanto...

Quanto já chorei por ti?

E quanto durará meu pranto?

O anjo da morte, medonho

Em extrema covardia,

Arrancou você de mim.

Suas brumas e o arco-iris,

A maritaca e o bem-te-vi,

O canto triste da siriema,

Nunca mais se ouviu aqui.

É impossível em ti pensar,

Sem lembrar do paraíso,

Dois lugares de encanto

E de semelhante pesar.

Só que lá por desobediência,

O ser humano foi banido.

E aqui por extrema ganância,

Você é quem foi punido.

Cristo morreu um dia

E devolveu o paraíso.

Quero ver quem é que virá

Pra devolver o meu sorriso.

Quem trará a cachoeira,

E a rega mansa do sereno.

O vôo rasante da andorinha.

Quem será seu Nazareno?

Ou será assim tão custoso,

Restaurar o seu vigor?

Acho não, bastam as lágrimas,

De quem sofre desgostoso,

A falta do seu amor!