SÍNDROME DE UMA SAUDADE
Meu cabelo com laquê,
corte pigmaleão,
camisa florida, à havaiana,
bermuda colorida,
Chinelo com sola de pneu de caminhão,
dançando discoteca,
nos bailinhos da vida:
elas: salgados;
eles, a bebida,
festa americana.
Primeiros beijos,
primeiros desejos,
primeiras cuecas meladas.
A volta pra casa com hora marcada,
senão
a punição:
“Acabou a saída pra balada”.
“Bença”, pai!
“Bença”, mãe!
Parecia um anjo, dormindo na madrugada,
sem essa de juventude transviada, drogada!
Apenas
meninos brincando na noite
e sonhando com um mundo melhor.
Tempos quer não voltam mais:
Nossas festas,
nossos amigos,
nossos pais!