AO MEU PAI RAIMUNDO MARTINS DA COSTA
I O Z I N H O 1924 / 1992
Era no fim da tarde
ou em meio a noite de chuva
Que sentia mais a presença do meu Pai...
Agora são lembranças dos fins de tarde
e das noites de chuva.
Um fio de saudade eletriza a alma
um curto-circuito atravessa o peito
na velocidade da luz e me trás passado!
Pela manhã, no café, o bolo de arroz de Nicinha
e uma banda de pão de Seo Petrônio...
a tardinha o bolo de milho da Tia Josmira
as petas de Donta, bolos da Amália
biscoitos da Mãe Aninha...
No almoço picadinho de mandioca e carne
um psicodélico cortado de banana verde... huumm!
Mandioca e carne de sol, fígado acebolado
Cortado de abobora com arroz carreteiro...Humm!
De sobre mesa tantas iguarias do quintal e do cerrado...
Doce de leite, mamão, laranja, caju, jaca, goiaba...
Humm choveu no céu da boca o gosto do pequi!
À tardinha lá ia eu rumo a barragem
Levando seu café da tarde
Garrafa térmica numa sacola e noutra
com cuscuz, beiju, com manteiga de garrafa
ou pamonha, curau, batata doce, milho cozidos
ou ovos mexidos com pão!
A noite no nosso jantar
Tirávamos a barriga da miséria da fome
tinha paçoca de carne seca e farinha, batidos no pilão...
Biscoito frito ou bolinho de chuva... beiju cuscuz ou frito...
Hum que saudade daqueles fritos com farinha fina!
E a divina da Dinda,
com seu cortado de banana verde e carne moída...
Depois nas noites frias de junho
nos assentávamos ao redor da Dinda
A beira do fogão aquecido a lenha
Para ouvir história de medo e fascínio...
Tomava a benção de Pai... benção Mãe!
benção Dinda!!!
e dormia um sonho de paz...
De quando em vez um pesadelo pra variar...
Mas sabendo que eles velavam por nós.
Saudade que dá saudade!...
Uma cerveja é pouca pra tantas lembranças!
É da sacada do meu ap, olho o lago Paranoá
E nos flocos de nuvens bancas no azul celeste
Vejo o rosto do meu Pai... saudade Pai!
Me sinto feliz ao te recordar o paizão!
Quando era tempo de chuva
De tempestades nervosa
Relâmpagos e trovões sobre o telhado
Os clarões seguidos da pancadas dos trovões...
E lá vinha ele na ponta do pé, vê
Se seus rebentos meninos estavam seguro.
Eu fingia um sono profundo só pra vê meu Raimundo
Puxar o cobertor e cobri-me as pontas dos pés!
Ainda me lembro aquela bola de borracha, pai
que me fez doar a velha bola de meia...
E o inesquecível dia do meu o primeiro capotão!
As serenatas em noites de lua
De nossa esquina sua voz rompia a madrugada
,debaixo do velho pé de oiti
As vezes na ponte do rio...
na porta de alguém.alguém!
que ironia você partir no dia 1º. de abril?
Com orgulhoso o via no palco
Contigo contracenei
recebemos aplausos!
É nos palanques políticos, que orgulho!
Os discursos... a locução e português impecáveis
sendo ovacionado entre os homens de bem ...
E era tão simplório meu Pai!!!
A beira dos gramados assistia seus atletas
e no salão nos bailes que organizava
Era o primeiro a abrirao beile
com sua princesa Diana.
Fostes sempre e sempre serás
O herói de minhas estórias Pai
O grande amigo o terno pai.
Hoje tirei a tarde para viver tua saudade
ouvir tuas canções prediletas
Como se ouvisse sua voz...
Sinto saudade do seu abraço
de sua barba áspera, arranhando minha face
O cheiro da loção atalaia
com a qual tingias os cabelos...
Que saudade Pai!
Tua autoridade ao falar, era uma só vez,
depois...
a vara no lombo ou nas pernas
São inesqueciveis lições.
Não me enxuga mais as lagrimas;
Não me ouves mais o chamar
- Onde está você Pai?
Sinto apenas teu espírito a me rondar... guardar...
mas onde estás?
E' uma saudade sem sofrimento
Que Te as tantos belos momentos...
Ausência sem solidão.
Tem dias que a saudade é tão grande,
que só tem jeito de ameniza-la
Cantando nossos ais sem pranto de dor.
Gritando ao mundo
O nome do meu amado, Raimundo!
I O Z I N H O 1924 / 1992
Flamarion Costa
Era no fim da tarde
ou em meio a noite de chuva
Que sentia mais a presença do meu Pai...
Agora são lembranças dos fins de tarde
e das noites de chuva.
Um fio de saudade eletriza a alma
um curto-circuito atravessa o peito
na velocidade da luz e me trás passado!
Pela manhã, no café, o bolo de arroz de Nicinha
e uma banda de pão de Seo Petrônio...
a tardinha o bolo de milho da Tia Josmira
as petas de Donta, bolos da Amália
biscoitos da Mãe Aninha...
No almoço picadinho de mandioca e carne
um psicodélico cortado de banana verde... huumm!
Mandioca e carne de sol, fígado acebolado
Cortado de abobora com arroz carreteiro...Humm!
De sobre mesa tantas iguarias do quintal e do cerrado...
Doce de leite, mamão, laranja, caju, jaca, goiaba...
Humm choveu no céu da boca o gosto do pequi!
À tardinha lá ia eu rumo a barragem
Levando seu café da tarde
Garrafa térmica numa sacola e noutra
com cuscuz, beiju, com manteiga de garrafa
ou pamonha, curau, batata doce, milho cozidos
ou ovos mexidos com pão!
A noite no nosso jantar
Tirávamos a barriga da miséria da fome
tinha paçoca de carne seca e farinha, batidos no pilão...
Biscoito frito ou bolinho de chuva... beiju cuscuz ou frito...
Hum que saudade daqueles fritos com farinha fina!
E a divina da Dinda,
com seu cortado de banana verde e carne moída...
Depois nas noites frias de junho
nos assentávamos ao redor da Dinda
A beira do fogão aquecido a lenha
Para ouvir história de medo e fascínio...
Tomava a benção de Pai... benção Mãe!
benção Dinda!!!
e dormia um sonho de paz...
De quando em vez um pesadelo pra variar...
Mas sabendo que eles velavam por nós.
Saudade que dá saudade!...
Uma cerveja é pouca pra tantas lembranças!
É da sacada do meu ap, olho o lago Paranoá
E nos flocos de nuvens bancas no azul celeste
Vejo o rosto do meu Pai... saudade Pai!
Me sinto feliz ao te recordar o paizão!
Quando era tempo de chuva
De tempestades nervosa
Relâmpagos e trovões sobre o telhado
Os clarões seguidos da pancadas dos trovões...
E lá vinha ele na ponta do pé, vê
Se seus rebentos meninos estavam seguro.
Eu fingia um sono profundo só pra vê meu Raimundo
Puxar o cobertor e cobri-me as pontas dos pés!
Ainda me lembro aquela bola de borracha, pai
que me fez doar a velha bola de meia...
E o inesquecível dia do meu o primeiro capotão!
As serenatas em noites de lua
De nossa esquina sua voz rompia a madrugada
,debaixo do velho pé de oiti
As vezes na ponte do rio...
na porta de alguém.alguém!
que ironia você partir no dia 1º. de abril?
Com orgulhoso o via no palco
Contigo contracenei
recebemos aplausos!
É nos palanques políticos, que orgulho!
Os discursos... a locução e português impecáveis
sendo ovacionado entre os homens de bem ...
E era tão simplório meu Pai!!!
A beira dos gramados assistia seus atletas
e no salão nos bailes que organizava
Era o primeiro a abrirao beile
com sua princesa Diana.
Fostes sempre e sempre serás
O herói de minhas estórias Pai
O grande amigo o terno pai.
Hoje tirei a tarde para viver tua saudade
ouvir tuas canções prediletas
Como se ouvisse sua voz...
Sinto saudade do seu abraço
de sua barba áspera, arranhando minha face
O cheiro da loção atalaia
com a qual tingias os cabelos...
Que saudade Pai!
Tua autoridade ao falar, era uma só vez,
depois...
a vara no lombo ou nas pernas
São inesqueciveis lições.
- Onde está você Pai ?
Não me ouves mais o chamar
- Onde está você Pai?
Sinto apenas teu espírito a me rondar... guardar...
mas onde estás?
E' uma saudade sem sofrimento
Que Te as tantos belos momentos...
Ausência sem solidão.
Tem dias que a saudade é tão grande,
que só tem jeito de ameniza-la
Cantando nossos ais sem pranto de dor.
Gritando ao mundo
O nome do meu amado, Raimundo!
Henrique Luis - Flamarion Antonio - Javan Carlos e Diana
Italo Ipojucan e Weden di Sordi
Italo Ipojucan e Weden di Sordi