Fitas soltas
Fitas soltas
Romance lido em páginas
Amareladas, esmaecidas
Guardo-o em minha vida,
Secreto, vivo, sem espaço
Nem tempo para se findar
Relembro em lágrimas
O encanto de suas palavras
"Eu a amo como eu me amo”
Hoje, um amor de fitas soltas
Sem rumo, vagueia ao léu.
Pontas repartidas...longínquas
Não foram laços em nossas almas,
Fiapos revestidos de seus
Toques, de nossos momentos
Prazer do que poderia ter sido.
Caminhos diferentes, trilhados.
Eterno amor em desencontro.
Neste “ a amo” não me tens.
Não há você... qual trama
Que se esgarça ao vento
Eu o procuro nas esquinas
Em vão. Só deslumbro
Um coração choroso, revisitando
O passado, dos sonhos de então.
O tempo será insuficiente para
Esvaziar – me deste amor
Você está. No choro e no sorriso
Largo na minha boca trêmula
Sentimento infinito bordado
Na fita solitária, guardada.
Olynda Bassan
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