SAUDADE

SAUDADE

Saudade, sinuoso rio de direção inserta,

Rio lento, porém caudaloso, de águas turvas,

Levando consigo um eminente perigo,

Desgarrar-se de seu leme, perder-se em suas curvas.

Saudade, rio de águas traiçoeiras,

Cercadas de rodamoinhos,

Velho conhecido dos navegantes, náufragos do barco do amor,

Pobre daqueles que o encontram atravessando os seus caminhos.

Saudade, rio sinuoso, sem destino certo,

Que não deságua no mar,

Que sobe as mais altas montanhas,

E que delas precipita-se, só pra se libertar.

Gomes