A Jovem da Praça
Ao Sol poente nas tardes de verão,
Entre os jardins floridos de nossa praça,
Uma jovem passeava feliz, com muita graça
Exuberante e encantadora...
De um sorriso sempre lindo, fascinante,
Qual uma flor silvestre surgindo ao campo,
Exalando perfume, ternura e encanto,
Como, que a vida, fosse-lhe sempre promissora
Brotava o silêncio quando ela passava!...
Poucos ocultavam-se ao vê-la passar,
Radiante, quanto á luz do luar
Inspirando vida, e novas ilusões...
Sua presença era sempre motivo de festa;
Essa linda jovem, talvez, inconsciente,
Desvairou o juízo de muita gente,
Por ser o sonho de loucas paixões
Passaram-se dias, um vazio em nossa praça...
Fecharam-se os botequins, os bazares,
Sem mais cadeiras nas calçadas dos lares,
Sem o Zé sorveteiro com seu realejo;
Nos jardins murcharam-se as flores
Calaram-se os pardais, na solidão,
Sem festa, sem poesia e sem canção
Com a ausência da jovem, mérito de tanto cortejo
Em silêncio ela partiu, nem disse adeus...
Foi o sonho vivido em nossa praça,
Onde, muitos vivem brindando a mesma taça,
Dessa imensa tristeza que nos invade,
O seu nome, eu não sei se alguém lembra,
Se é Maria, Dolores ou Joana;
Pelo o que eu vejo, se a mim, não engana,
O seu lindo nome deve ser: saudade.