SOBRE SAUDADE
Vem logo, vem
Me empresta teus braços
pois pertence ao meu travesseiro
as lágrimas choradas por ti.
Vem logo, vem
que a saudade
me arranca o peito
e nenhuma canção
tem mais o efeito
de me acalmar.
Vem logo, vem
que o orgulho
Me faz encontrar abrigo
na doce solidão
e dá medo a paz
Não importando como a casa se faz.
Vem logo, vem
que me bate uma tristeza
e também uma vontade de correr
e sentir o vento lavar
as lágrimas
levando-as de encontro à boca.
Vem logo, vem
que nenhuma poesia
preenche a mão vazia
que esconde as marcas da solidão
de uma noite solitária
sem calor.
Vem, volta logo
meu amor.