SONHOS NA JANELA
Abro a janela de par em par
e a primavera bafeja meu rosto...
Ela está bem ali
nas flores de manacá
brancas e lilases de tanto tempo!
Elas teimam em espiar
meus interiores...
Emergem lembranças
à hora do sol posto...
Dos galhos floridos...
No suave olor pelo ar...
Pelas paredes barrocas
do velho casarão...
Então vejo por entre os galhos
a velha rua de terra
subindo ou descendo...
Não sei bem...
O que sei é que eu era menina
e já gostava do pé de manacá...
Ele era o único naquela rua
de tão longe!
E enfeitava o velho casarão
de meus avós...
E era minha primavera...
Meu campo em flor
esculpido agora nas trilhas do tempo...
No deserto de minha memória,
onde teimo em criar uma história...
Tão velha, mas tão linda!
O protagonista? Uma menina...
Que de tão sonhadora fez-se poetisa
só para falar do pé de manacá
e de seus sonhos na janela...
( Esse poema é uma lembrança real de meus tempos de menina. O pé de manacá a que me refiro ficava bem debaixo da janela do casarão de meus avós paternos. Era lindo... Ai saudades... )
( A imagem do pé de manacá fui eu que cliquei. Mas não é o da minha lembrança não. Ésse é da casa de um vizinho)