LÁ NO MEU SERTÃO
Orgulho-me em dizer, que nasci lá no sertão
Sou poeta sertanejo, filho de Orminda e João
Lá também podia se ouvir o cantar do sabiá
Cantando na mata, bem ao lado da palhoça
Sou caipira mesmo, minha origem é da roça
Aqui na cidade não tem a paz que existe lá!
Acordar no alvorecer, ouvindo uma sinfonia
Galo cantando alto, assim é que começa o dia
Ninguém aqui na cidade consegue imaginar
A beleza do nascer do sol e a relva molhada
O gorjear dos pássaros durante a madrugada
A vida aqui na cidade, isso não pôde me dar!
É assim caro amigo a vida lá no meu paraíso
Recordar de tudo isso, é tudo que eu preciso
Pra mostrar em poesia o meu encantamento
Poder embrenhar no mato apreciando a flora
Ver tudo isso de novo é o que eu sonho agora
Pois o meu sertão não me sai do pensamento!
Quantas vezes eu fui pescar de canoa lá no rio
Não via o tempo passar, ao lado de papai e titio
Ouvindo o suave barulho da imensa cachoeira
Voltávamos com os peixes somente à tardezinha
Era motivo de festa para toda a família minha
Findava o dia nos braços da viola companheira!
Aos domingos de manhã, ia para a capela rezar
E junto com as crianças mais tarde eu ia brincar
Parecia que no sertão, até a devoção era maior
De tudo isso, porém, ficou somente a saudade
E eu posso garantir com toda essa sinceridade
Festa de São João por lá, era realmente melhor!
Agradeço ao Pai do céu, pela vida que me deu
E tudo que conquistei eu devo ao sertão meu
Se vivo feliz hoje e sou um homem realizado
Eu não posso renegar as minhas raízes jamais
A boa educação que herdei dos queridos pais
Mas a felicidade plena está no sertão amado!