RAIOS PRIMAVERIS

Hoje eu resolvi abrir a janela da varanda.

Eu vi a luz invadir o escuro do meu quarto.

E os raios iluminaram as nossas fotos na parede.

A sensação era boa.

Parece bobo demais, mas os raios que tocaram minha pele pareciam suas mãos quando me tocava.

E eu podia sentir os seus dedos secando as minhas lagrimas e o calor era semelhante aos seus abraços.

Pude, por alguns segundos, ver seu sorriso depois de um beijo meu.

Só não pude sentir que era real.

Foi que, gradativamente, abri os olhos e só era a luz da primavera, trazendo o perfume daquelas flores que você me trazia e queria que me trouxesse neste fim de tarde.

Tenho que encarar os fatos.

Não tenho a vida que tive quando estava comigo.

Mas ainda tenho o nosso infinito.

E ninguém pode me roubar isso.

Não se apagarão nossos momentos que estão gravados em toda parte e na minha mente.

E os lugares que fomos ainda estão lá... Parecem nos esperar.

Ainda vou onde te sinto e são os poucos lugares em que me sinto viva.

Nem sempre as historias devem começar do começo e nem terminar no fim.

Na minha, quero que comece de onde te conheci. E que o fim continue na eternidade.

Sei que quando eu estiver morrendo você estará segurando minha mão como sempre esteve.

Lembro que franzia a testa quando eu falava dessas coisas. Por favor, acredite, estou bem.

Só sinto sua falta.

Não vou me acostumar, eu sei.

Mas nem quero.

Não quero viver sem poder lembrar que você existiu.

Só que acredito, e sei que esta me esperando agora...

Em um lugar em que poderemos andar aonde quisermos sem soltarmos as mãos.

E ainda poderemos amar como se não houvesse feridas.

Porque o amor suportou.

Sim, ele suporta tudo.

Emanuela V Araújo
Enviado por Emanuela V Araújo em 03/10/2014
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