TALVEZ UM DIA, LUCIANA

Talvez um dia,

Não reste mais tempo,

Para chorar nossas dores,

Nem para secar nossas lágrimas,

Nem mesmo as feridas

Expostas a céu aberto.

Quem sabe um dia,

O perdão venha tarde,

Num leito de morte

Onde nem mais arde

Uma chama de esperança.

Quem sabe

Se só chorássemos nossas próprias dores,

Dores de pais e filhos

Separados pelas circunstâncias,

Não se alongariam as distâncias

Que alguns só querem aumentar.

Quando o corpo estiver estendido,

E a alma, partido

Para um lugar qualquer,

De que valerá o tempo que vier?

Quem sabe

Se só chorássemos nossas próprias dores,

E não dores alheias, que outros

Tanto desejam dividir,

Sobrasse um pouco de tempo,

Um pouco de tempo para sorrir.

Está na hora de crescer

E ver o mundo na sua altura

E não mais apoiado em ombros alheios,

Focando pessoas e paisagens

Que outros viram por si,

Decretando, por isso, gostos e desgostos.

Está na hora de ser feliz,

Coração de passarinho.

Posso até morrer sozinho,

Mas pior será

Para os que ficarem sem a chance

De ser feliz pelo menos uma vez mais,

Coração de passarinho!

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 27/09/2014
Código do texto: T4978902
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