SAUDADE

(Sócrates Di Lima)

A saudade é um ponto luminoso,

No meio da escuridão,

É um caminho sem volta,

Virtuoso,

No meio do coração.

A saudade é tarde morta,

No inverno da minha vida,

É manhã primaveril,

Rosa, açucena, margarida,

Orvalhada e serena,

Numa noite febril,

De amor, dor e pena...

A saudade é moenda,

Que moi e remói,

A cana na fazenda,

E dói,

Que da vida ao boi,

que também tem saudade,

Da sua mocidade,

Quando velho e cansado,

Que rumina sua idade,

Quando a lembrança faz fenda,

com suas lágrimas da emoção.

Saudade que aos poucos corrói,

Lentamente fragmenta o coração.

Como gotas que os olhos cedem,

A saudade é uma moda,

De viola no sertão,

Que os amores medem,

No tempo que acorda,

Todo dia no coração.

Ah! A saudade faz miragens,

Que os olhos não vem,

Mas, a mente revelam a imagem,

Do grande amor,

A mais bela flor,

Que no peito retém,

Com todo ardor,

O retrato da própria saudade,

Que não tem idade,

E nunca se apaga do coração.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 29/06/2014
Reeditado em 29/06/2014
Código do texto: T4862808
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