SAUDADE

Quem inventou saudade,

Também tinha a maldade,

De separar quem se ama,

E longamente se derrama,

No coração aquele frio,

Quente com arrepio,

De quem somente espera,

Amor, parente ou paquera,

Há muito que não vem,

E não se sabe se também,

É espécie de morte,

Que se não mata, deixa forte...

E Camões não esconde,

Essa dor de não sei de onde,

É algo que só dentro ressoa,

Nisto nos presenteou Pessoa,

E saudade não se representa,

Se sentes e se não matas, aumenta...

Mestre Drummond não resistiu,

Mencionou saudades, até onde não existiu,

É algo que não pode esperar, tem urgência,

Falou-nos Clarice em momento de carência,

Saudade é algo na vida, da vida e é fato,

Neruda tratou-a como infinito abstrato,

Eu... Poeta... Não posso ficar de fora...

Também sinto, e escrevi... Por que sinto o agora.

Fábio Lucciano
Enviado por Fábio Lucciano em 03/03/2014
Código do texto: T4713370
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