MARCAS DO QUE SE FOI - Poesia inclusa no meu segundo livro "Internamente exposto").
Na pele tatuada destas
experiências sombrias,
Vejo ali nas formas irreais
d’um tempo que já morto,
As quais lembram o que
eu fui e sou nestes dias;
Meu passado penado,
deitado e sem conforto!
Foi a obra inacabada de
uma sentença fria, impura,
Que até hoje a minha alma
procura-se sem cura, nem livra;
Das metamórficas dentadas
Fortes e doídas da loucura,
Mesmo antes do pecado,
que a morte vã me priva!
Há! Se foi lindo eu não sei...
Porque eu nada tenho mais;
Pois, o que agora se veste,
é o que por dentro se parece;
É como se eu fosse o corpo
Avesso, nos atos sepulcrais!
Por fora, nem a túnica da
verdade aqui me espairece;
Sou as gotas de um veneno
embebido nas solidões finais,
num enrodilhar peçonhento,
do meu destino que falece!