COMO É DOCE IMAGINAR
Há! Como é doce imaginar o improvável...
Fica a saudade de um sonho irrealizado
do que poderia ter sido, se fosse diferente!
Se o 1500 tivesse sido uma visita de amigos
de uma corte para outra sem presentes alheios.
Há! Como é doce imaginar o improvável...
Quem me dera ter aprendido a história
dos nossos heróis numa batalha longínqua?
Se nossos recursos estivessem ornando
nossos monumentos e alimentando nosso povo!
Todavia, estamos em pleno mar revolto
em dias de incertezas e portos distantes.
Estamos entre estranhos e nos movemos
vagarosamente no meio de uma terra vil.
Nossa história ainda será contada
pelos nossos cancioneiros mais fiéis.
Ainda se dirá de nosso povo
o que não foi dito nos livros populares.
Ainda se dirá que este povo renasceu
vencendo suas próprias iniquidades pátrias.
Que renasceu de suas próprias mãos sujas
e sobressaiu impoluto no meio de tantos
e outros dominadores parasitas que temos.
Ainda se dirá deste povo, que ousou sonhar
e imaginar, que o improvável seria possível.