NAS ASAS DA SAUDADE O PENSAMENTO VOA
Quisera eu vivenciar novamente
Na lentidão da tarde
Quando o vento embalava dolente
Trazendo até mim
O perfume das flores do laranjal
Das roseiras cravos e jasmim
Sorvidos no jardim e no quintal
Com o sol mergulhando no horizonte
Tingindo de ouro o infinito
Anseia a noite seu vesperal
Verde... Os bandos de periquitos
Vindos do arrozal
A buscar os ninhos transpondo os montes
No contraste... O ocaso boreal
Sem pressa a escuridão puxava seu manto
Longínquas pirilampavam estrelas
Pássaros pretos se agasalhando
No meio do bambuzal
Conflitando com as rolinhas
João de barros e andorinhas
Foram assim minhas tardes
No meu cotidiano rural!