Oh, Saudade!
Hoje acordei saudoso, as lembranças da infância já ficando mais distantes, o coração da uma apertadinha, olho para o lado e tento rever o que já passou, daí a pouco caio em mim e vejo que estão em um tempo distante e maravilhoso...perdidas lembranças? Jamais, elas moram no fundo de minha alma e são regadas pelo sangue de meu coração.
Coração que vez por outra chora um pouco, sorri, bate rápido e por vezes suavemente, e as lembranças vão surgindo, eu me deixo flutuar nas brumas de meu pensar, dou um passeio pela meninice, moleque ligeiro, correndo livre pelas ruas de nomes já esquecidos, por conta dos tantos lugares em que morei, lugares bonitos que sempre me trazem rostos que tanto gostei, solto pipa, jogo bola, rodo pião, faço festa em meu coração. Volto um pouco mais para perto e me vejo rapazola, já querendo namoricos, as festas, os acampamentos no sitio de Colares, as caminhadas, as trilhas....as loucas e inesquecíveis viagens.
Tempos maravilhosos....saudosista? sou sim, não apegado ao passado, mas feliz por ter lembranças que me fazem sorrir, lembranças que de tão intensas, me trazem a tona as emoções, que por vezes o dia-a-dia, o corre-corre constante do ter que trabalhar, do ter que produzir, do ter que conquistar, acabam por apagar a magia intensa do viver.
Eu de minha parte, sempre que puder, vou dar esse pulo no passado, vou rever lugares e pessoas, vou viajar para bem distante, vou sentir de novo o que por vezes fica apagado em meu coração, coração teimoso, que por vezes mesmo amargurado, não perde nunca a esperança de ser feliz, seja aqui ou no passado.
E assim....nesse ir e vir constante, vou seguindo minha vidinha, sem muito querer, sem desassossegos, levando comigo uma certa certeza de um não sei o que e nem me pergunte onde. Mas, algo forte que vive dentro de mim e que sabe que a felicidade se faz em cada momento de nosso viver, em cada palavra, em cada ato, em cada estender de mão para dar o amparo, em cada sorriso, devagar e sempre, levando a vida com a saudade na sacola.