Registro de vida
E tropeço... Canto, pela janela da sala...
Na rede, na teia, me arranca, embrulha
Grito, me arde, arranha, revira... Por fora
Por dentro esborra, transborda, inunda, afunda os dias iguais
Congela, avança, pede calma, pausa...
Me acelera, pressa, atira, se joga, no peito de quem?
Mira os olhos... Um próximo poema, enquadra um amor bonito
Com moldura fina... Diz que é sina... Amores extraviados
Enviados prum outro dia
Ergue os olhos e me sente...
Por linhas tortuosas, rabiscos sem fim nem direção
Me diz do bom... Mas fala logo que ainda ando são
Me fala e me cala, do mesmo jeito... Mas rápido
Sem jeito nem gosto de ir
Que pra longe não dá
Pro beco de nós, enlaçando ou apertando nós
Num sufoco da noite mal dormida
Revirando o espaço do lado
Esquecido, feito recibo, já pago, no fundo da gaveta do armário