AO POR DO SOL
Ao por do sol me invade uma tristeza
Com a sua meia luz crepuscular
Vejo nisso uma grande beleza
Que tenho até vontade de chorar.
Descendo pelo morro e monte
Estas sombras que vagam em derivas
Vejo bem distante lá no horizonte
Luzes que piscam como almas vivas.
Estando tudo pronto para adormecer
As arvores nas matas sentem a serenidade
Meus pensamentos voam de encontro a você
Pedindo que venhas matar esta saudade.
Domada então como fera vencida
Que tolamente se abranda e se conforma
É mais uma fera que se sente adormecida
Descansando nos braços da noite e se transforma.
Numa bela adormecida sem encantos
A saudade que tem uma figura feia
Transforma se também em suaves cantos
Embalando leva à noite para a sua teia.
ANGELICA ARANTES