VIVENDO PELA METADE

VIVENDO PELA METADE !!!! NOVA POESIA

Todos os holofotes se voltam para mim, mas falta

o último, o derradeiro, o primeiro sinal celestial que

você, apenas você poderá lançar e me fazer luz,

brilho de extremo potencial capaz de irradiar e

aos outros iluminar.

Os aplausos não cessam são uma constante, que

se tornam um vazio gritante, um vácuo no meio da

matéria, do material, que se faz totalmente imaterial

e invisível sem você.

Os olhares se cruzam, me cruzam, me flecham, me

flertam, mas falta apenas mais um para me fazer

cegar toda a multidão em minha volta que se faz

um retrato estático, tudo parado, fielmente

encaixado aguardando pacientemente vosso olhar.

Mas ele não chega, não me arrebata, não me

devora. Fica a ausência e os meus olhos fechados

mesclado a íris dos teus castanhos negros olhos

que eu nem sei mais se consigo lembrar. A janela

está fechada, falta a alma, ela está fechada.

Nada mais entra nem saí, estou aprisionado,

dolorosamente, trancafiado no doce amargo, que

eu mesmo ajudei a criar, por expectativas

demasiadas gerar e a ti esperar.

Não há sucesso, apenas fragmentos, espectros

de felicidade que em mim sempre se faz metade,

uma meia parte do quem em mim se partiu desde

o dia em que partiste definitivamente de meu

coração.

Os rabiscos continuam a rabiscar: para todo o

sempre; as paredes continuam a se fechar, o escuro

a me atormentar, as músicas a proclamar, insanamente

me arrastar para a miragem do braços teus que ouso

todas as noites criar.

Falta o último Brilho, o último sorriso, o teu olhar

para me fazer totalmente completo, totalmente

preenchido, para que eu possa novamente voltar

a integralmente viver.

PARA TODO O SEMPRE !

Arthur Luz
Enviado por Arthur Luz em 22/03/2013
Reeditado em 22/03/2013
Código do texto: T4202906
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