INVASÃO (reedição)
Correm os meus olhos perdidos nas
Sombras a procura de um encontro,
E achado em quem de tão cedo saiu
Este afoito desejo interior, ó menino cru;
Que se apossou de mim assim mesmo, me enganando!
Tateio a pele, arrepio...
Cheiro de carne doce!
Vozes... Sussurros...
Força que avança sem medo,
Que a língua toca sem respeito,
Invadindo a linda forma.
Sentimos juntos as horas,
O ar e os nossos gostos...
Sabemos do passado dia e da noite de agora.
Em embaralhados olhares e gemidos,
Vemos a beira do telhado, o muro...,
Testemunhas da luz acesa lá fora de qualquer coisa.
Entro e pouso-lhe levemente pesada a fina dor,
Que a consumação procura no perdão de si mesma...,
Invadindo-o...
Agora é a calma que lateja, risos brotam dele enfim e de mim...
Correm os nossos olhos sem culpas perdidos nas sombras de dois.