DOIS CAMINHOS E O ACASO

Naquele dia, de todo inesperado,

Dos mil caminhos possíveis

Aquele, o mais improvável,

nos trouxe até aqui.

Da conversa inaugural,

aos longos diálogos noturnos,

horas e dias se passaram,

permeados de descobertas,

sonhos e sorrisos.

Teria sido o nosso encontro marcado?

Apenas mais uma obra do acaso?

Ou será que foi um plano divino?

Eis que as palavras não mais dizem

Eis que a voz se cala

Ante aquele encontro

Que nem sequer havia sido planejado

Primeiras impressões saltam dos olhos,

sorrisos tímidos e inquietos

Vontade de dizer "eu quero"

"Dê-me mais um abraço".

Já não são apenas sensações.

Ganhou corpo aquele a quem idealizava

nada novo ou diferente

mas do jeito que imaginava.

E eu que julgava ser o acaso

dotado de despredimento

vejo-me atada em seu olhar

que me envolve e acalenta

no desabrochar desse novel sentimento.

E a vida vai seguindo seu rumo

Diante das conformações

dando um aspecto de bem querer

Mas bem querer não me define,

tampouco me resume,

pois estou entre o que se apaixona

ou o que permite se apaixonar

Numa dança vigorosa e viva

tal qual um tango argentino,

feito num ritmo só nosso,

meu terno e inquieto menino.

Lindbergh Afonso e Morfeu
Enviado por Lindbergh Afonso em 11/01/2013
Código do texto: T4078930
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