Passa...
E quando a gente se procura
Um do lado do outro
E nao se vê, não se acha
Encontra o vácuo... E o lençol ainda dobrado
E cada um num lado... Que oposto não é
Distante se fizer
O acaso amigo for...
Te tropeçar e te pôr no meu armário
Como um achado... Nunca esperado
Feito um poema rabiscado
Eu... Já de peito desolado...
Triste feito vilão em fim de filme
Esmorecido pela fé de mim arrancada
Te veria onde sempre esteve...
Numa memória bonita e só nossa
Que me dói por ser memória...
E pelo acaso não ter memória
Antes velha e caduca, mas nem isso
Nem o tempo meu peito educa e aquieta
E meu amor é tua revolta...
Que de tão amada não sabia ser feliz
Encostou meu amor numa porta qualquer...
E ninguém passa...
Antes breve e se der...
Passa aqui...