A SINGULARÍSSIMA FELICIDADE DE UM POETA DESPEDAÇADO
E abre-se repentinamente o buraco das pedras do pensamento
É quando derramei um sorriso e te presenciei em devaneios meus
Transpostos de beleza, podres como pus do teu âmago
E ainda chamo-te para o último olhar
Eu me perdi caindo no vômito sagrado da tua matéria
Oriunda da semente infecunda de desejos íntimos
E aprisionado serei neste sereno ar de amores imortais
Os sonhos fedem e este amor conduz-me levemente
Sinto náuseas, e a ferida é toda vapor agregada ao organismo
A pele maldita dissolve-se em pó absorvendo toda a fé cristã
O crânio explode em dores venturosas
A pureza do sangue é segregada perfeitamente dos olhos
E gosto da doçura dos vermes fecundos nos lábios
Uma rosa apodreceu aos belos olhos do Senhor
E o escarro meu, doentio, insano, para que ferve em fluídos?
E caio em outro fim de ciclo, devorando-me a esmo
E algumas cicatrizes serão para sempre...