A SINGULARÍSSIMA FELICIDADE DE UM POETA DESPEDAÇADO

E abre-se repentinamente o buraco das pedras do pensamento

É quando derramei um sorriso e te presenciei em devaneios meus

Transpostos de beleza, podres como pus do teu âmago

E ainda chamo-te para o último olhar

Eu me perdi caindo no vômito sagrado da tua matéria

Oriunda da semente infecunda de desejos íntimos

E aprisionado serei neste sereno ar de amores imortais

Os sonhos fedem e este amor conduz-me levemente

Sinto náuseas, e a ferida é toda vapor agregada ao organismo

A pele maldita dissolve-se em pó absorvendo toda a fé cristã

O crânio explode em dores venturosas

A pureza do sangue é segregada perfeitamente dos olhos

E gosto da doçura dos vermes fecundos nos lábios

Uma rosa apodreceu aos belos olhos do Senhor

E o escarro meu, doentio, insano, para que ferve em fluídos?

E caio em outro fim de ciclo, devorando-me a esmo

E algumas cicatrizes serão para sempre...

ValdirMartins
Enviado por ValdirMartins em 26/10/2012
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