SIM, SINTO SAUDADE
Maria Tomasia
De um tempo que parece distante,
em que corria alegre pelos campos.
Chegava em casa arfante,
voava como os pirilampos.
Colhia muitas frutas silvestres;
entre elas, a araçá não faltava
para presentear os meus mestres
e borboletas eu também caçava.
Voltava pra casa cortando caminho,
com o bornal cheio daquelas frutinhas.
Eu as oferecia com tanto carinho...
elas gostavam e eu batia palminhas.
Às vezes com bichos me deparava,
mas deles já nem sentia medo;
ficava calada e não me apovorava:
em silêncio rezava o Credo.
RJ, 03/10/12