Evanescências
Se esta rua, se esta rua fosse minha,
eu mandava eu mandava ladrilhar
com pedrinhas , com pedrinhas de brilhante,
para o meu, para o meu amor passar...
Esta foi a promessa, este foi o sonho.
O tempo correu, escorreu pela rua.
Havia brilhantes, esmeraldas, safiras,
no olhar engrinaldado da noiva que contemplava a vida adiante...
Certa vez, era madrugada, começava a chover muito,
uma chuva salgada, correndo do olhar,
em sabor dorido, nas flores de laranjeira,
lacerando o rosto, sem compaixão...
Fizeram-se cristais de sal os brilhantes, as esmeraldas, as safiras,
misturados ao lodo da rua...
Na rua, nasceu um bosque que se chama,
que se chama solidão...
Mas, dentro dele, não mora um anjo...
O anjo, naquela madrugada, tornou-se estrela ...
Maria Felomena Souza Espíndola