Depois do fim
E agora com todos os espaços
Vasos quebrados e flores caídas
Figuras cortadas e sorrisos escassos
E agora com a memória desejando o inferno
Expondo meus pequenos medos
E alguns segredos teus...
E agora com essa porta ainda aberta
Que escancara meu lado de fé
Na eterna agonia ainda de pé
E agora com tanta gente lá fora
Que se encontra e desencontra
E aqui dentro um vão só
Um “não” ecoando nos corredores de mim
E agora que a saudade encosta a janela, entreaberta ainda
Como quem espera pousar e repousar aqui
Como quem não crê naquilo que finda
E agora rabiscando paredes
Passando um café pra passar o tempo
E ressentir-se do vento que a carregou daqui
E agora que não se reconhece mais
E pra ele tanto faz
O que digam de sua ausência
Do presente que não se marca
E a saudade, que só lembra passado, que corta feito faca
O peito amargo de quem não é mais poeta vivo
Sobrevive nos antigos rabiscos em preto e branco
Dos versos que não assina
Pois não há quem os sinta