Saudade do sertão
O sol não morre atrás da verde mata.
O céu é cinza, a lua não é de prata
e meu peito a saudade maltrata.
No sufoco vive meu coração.
Quero voltar por meu sertão!
O rio é sujo e as matas desmatadas.
No metrô as pessoas andam feito boiada
e no fim da tarde não ouço o canto das passaradas.
No silêncio do abandono a vida é sem emoção.
Quero voltar por meu sertão!
Entre carros e passos apressados,
sem óficio e marginalizado
vivo feito um pobre coitado,
uma vida vázia e sem razão.
Quero voltar por meu sertão!
Na minha casinha quero acordar de manhãzinha
com o aroma do café preto vindo da cozinha
e no ribeirão tomar banho de tardezinha.
Tudo é simples no meu sertão
mas eu sou feliz mesmo sendo peão.