Saudade do sertão

O sol não morre atrás da verde mata.

O céu é cinza, a lua não é de prata

e meu peito a saudade maltrata.

No sufoco vive meu coração.

Quero voltar por meu sertão!

O rio é sujo e as matas desmatadas.

No metrô as pessoas andam feito boiada

e no fim da tarde não ouço o canto das passaradas.

No silêncio do abandono a vida é sem emoção.

Quero voltar por meu sertão!

Entre carros e passos apressados,

sem óficio e marginalizado

vivo feito um pobre coitado,

uma vida vázia e sem razão.

Quero voltar por meu sertão!

Na minha casinha quero acordar de manhãzinha

com o aroma do café preto vindo da cozinha

e no ribeirão tomar banho de tardezinha.

Tudo é simples no meu sertão

mas eu sou feliz mesmo sendo peão.

Paulo Rodrigues
Enviado por Paulo Rodrigues em 14/07/2012
Reeditado em 14/07/2012
Código do texto: T3778311
Classificação de conteúdo: seguro