Casa de saudade
Morar na saudade quando jovem
Ser aurora anunciando a manhã.
Quando o vento entrar por suas janelas
O dia fará a sua cama.
E nos cômodos vazios da casa
Eu serei móvel nos instantes eternos
Preenchendo a sala de silêncio e poesia
A cada palavra não dita.
Lembro de ser a saudade uma casa inabitável
Mas amanhecemos no verbo conjugado,
Você deitada no dia e eu verticalizando seu leito.
Hoje moramos no acaso,
E meus gritos ainda versam na sacada,
Nossos cobertores são de mágoas
E as nossas divagações sobre a saudade
Falam da saudade do tempo no qual fomos casa.