Casa de saudade

Morar na saudade quando jovem

Ser aurora anunciando a manhã.

Quando o vento entrar por suas janelas

O dia fará a sua cama.

E nos cômodos vazios da casa

Eu serei móvel nos instantes eternos

Preenchendo a sala de silêncio e poesia

A cada palavra não dita.

Lembro de ser a saudade uma casa inabitável

Mas amanhecemos no verbo conjugado,

Você deitada no dia e eu verticalizando seu leito.

Hoje moramos no acaso,

E meus gritos ainda versam na sacada,

Nossos cobertores são de mágoas

E as nossas divagações sobre a saudade

Falam da saudade do tempo no qual fomos casa.

Daniel Braym
Enviado por Daniel Braym em 04/06/2012
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