MEIA LUA CHEIA
Saudade da lua cheia,
Em noite escura vagueia,
Que chega sem avisar,
Saudades de outra cidade,
Saudades de ter saudade,
Fizeram-me descer ao mar
Descendo a serra eu subia
Oposto ao que eu percorria
Em pensamento gentil
Guiado pela saudade
À oeste, na extremidade
Do continente Brasil
Onde o tempo passa lento
Donde trago em pensamento
Lembranças de fevereiro
Do ano que ja partiu
Aonde branco é o rio
"Viajei" o tempo inteiro
Desprezando o que eu sentia
Meu carro, por si, descia
Sereno a serra do mar
No cheiro da mansa praia
Minhalma enfim despertada
E a onda de tão cansada
Na areia eu vi desmaiar
Enfim dos sonhos pelado
Decanso o pé descalçado
Nas espumas de água feia
Que revelam tom azulado
Se denuncia emprestado
E se reflete na areia
Procurando explicação,
(Ou talvez uma sereia)
(Lembrei da recomendação)
(Algo a ver com minha ceia?)
Descobri que o azulão
Era a cor da lua cheia
Então A vi majestosa
Loura?, não. Prata, formosa
Lá de cima a espreitar
Estrela em noite de estréia
Só esperando sua platéia
Para então se debundar
Enorme, frágil e singela,
Olhos grandes, postos nela
Espetáculo igual não há
Dominando todo o espaço
Iluminando um pedaço
Do litoral do Paraná
E de meu coração inteiro
Nesse instante derradeiro
Meu pedido vou postar
Pra essa loura primadona
Comprar logo uma acetona
E minha morena voltar
Volte logo, venha agora
Antes que ELA vá embora
Quero juntar a sua meia
Meia minha, meia sua
Um dia teremos uma lua
Quiçá, uma LUA CHEIA...
CAIOBÁ/PR, 03.02.2007-SAB-03:16h