Bordando em cruz o teu destino na tela do tempo que se findou...
    C'os pequeninos dedos cerzi ponto a ponto lembranças que tricotei,
    No esgarçar da vida que puiu nossos recortes em branco e preto...

    Foram tramas e alfinetes no alinhavar da nossa história...
    Feito carbono, borrou, lado a lado; manchando o que evapora
           Dos nossos anelos e castelos destruídos...
          Na forragem despetalada que não reprisa...

        Vendo-a inerte nesta colcha emoldurada
        Na penugem deslumbrante da paisagem...
        Indelével, que ausente, não mais pulsava...

            E, o tempo, ah o tempo...
   Passou cruzando em ponto de cruz,
   Na lousa branca virginal do ocaso,
            Que mansamente,
            se afastou...
            da minha visão,
            enturvada...
            nos singelos
            e sensíveis dedos...
            dos meus bordados!

   

Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 20/05/2012
Reeditado em 20/05/2012
Código do texto: T3678111
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