Pensar
Penso que a vida
É como viajar dentro de um carro
Onde as formas sem esbarro
Vão passando na corrida
Tudo se parece tão disforme
Ficando para trás em um momento
É assim mesmo como a vida em conforme
Que tão depressa vai embora como vento
As imagens borrifadas vêm e vão
Como meras pinceladas de um artista
Do outro lado outra gente em contramão
Faz fervilhar os rolamentos de uma pista
Em tão breve os momentos já passaram
Como imagens distorcidas de um futuro
Que chega hoje já tão cedo aos que param
Nas meditações debilitadas no escuro
E a vida que nos leva tão ligeira
Fazendo-nos perder tanta beleza
Com a sua desalmada ação faceira
Faz com que perdemos quase toda a destreza...