Aos pupilos
Uma saudade incômoda,
algo como "até breve",
como definir uma dor frondosa,
feito neve em coração quente!
Os meus pupilos,
os que conquistei, meus...
entre puxões-de-orelha e sorrisos,
entre dúvidas e vitórias, tentei...
Tentei abrilhantar os olhos,
partilhar os ensinamentos,
quanto ainda não fiz! Choro.
Tenho direito de romper esses sentimentos?
Eu não os abandonei, Deus.
Não os fiz desprezados na partida...
Fiz-os pupilos meus,
em cada palavras proferida.
E agora o papel é branco,
a despedida forçada, certa partida...
fui ingrata com quem tanto me acolheu,
nem tempo tive de saudá-los, Deus!
O que fazer, Senhor?
Sou apenas o coração que parte,
com sua saudade sem corte,
arte, desesperadora e triste!
Mais ao eu coração...
mais ao meu afeto,
peço-vos Deus, abençoe-os então,
fazendo-me alicerce, concreto!
Preciso continuar ensinando,
aprendendo a sorrir novamente,
mais aprendendo, muito mais
enquanto forças minhas houver!
E, na despedida,
como outrora dos meus mestres despedi,
fca a benção divina, uma imagem na mente,
nada perdi, se os trago eternamente...