Resgate


Um sonho lindo sufocou-se na nascente;
tempo de coração derramado
abandono sem nome
Dor atroz, sem precedente.
Tenro amor, nem soube dos meus cuidados.
Encerrou-se num peito ofegante
braços, mãos, carinhos sonhados,
vertigem, torpor... absurdo!
Mal  entregue e já me foi negado.
Falta chão, não tem remédio
e a queda livre é vertigem
tão difícil respirar!
Estendo as mãos na agonia
e repletas do que eu daria,
não podem me segurar.
Aflita pergunto a Deus
como abrir mão nesta vida
dos desvelos que ainda são teus?
Entendo e já decidida
entrego-os a ELE em teu nome.
Por ti refaço as aragens
busco a força que há em mim
e ponho este peito repleto
de um ar novo e rarefeito
que vem deste amor sem fim.